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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Israel anuncia “Estado judeu”

Israel anuncia projeto de lei que estabelece país como “Estado judeu”


Analistas temem que seja prenúncio de uma nova guerra no país

Desde que voltou a existir como nação autônoma, em 1948, a declaração de independência definia Israel como “Estado judeu”. Contudo, a legislação israelense nunca usava esse termo. Afinal, parte da população é constituída de cristãos e de muçulmanos.
Neste domingo (23), o Conselho de Ministros aprovou um projeto de lei que define Israel desta forma. Presidida pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a sessão foi marcada por debates acalorados e muita polêmica.
De um lado, recebeu apoio dos três partidos nacionalistas (Likud, Yisrael Beiteinu e Lar Judeu). Quem se mostrou contrário foi a legendas de centro Yesh Atid, tendo apoio da ministra da Justiça Tzipi Livni. O resultado foram 15 votos a favor e 7 contrários.

“No Estado de Israel, há igualdade individual para todos os cidadãos, mas o direito nacional (está reservado) só para o povo judeu”, enfatizou o primeiro-ministro na abertura da sessão. Para analistas, isso reflete a crescente política ultranacionalista do Likud e do Yisrael Beiteinu.
De acordo com o Daily Mail, O projeto de lei agora deve ser aprovado pelo Congresso, antes de se tornar lei. Há temores que se o tom não for abrandado, haverá muito conflito com as minorias de origem árabe. Entre os pontos polêmicos está exigir que o hebraico seja a única língua oficial do país, além de problemas em potencial para os direitos civis de muçulmanos (cerca de 17%) e cristãos (2%).
A imprensa noticiou que existe um ambiente de divisão entre os membros do governo de Netanyahu, pois a proposta não tinha unanimidade. O que pode gerar um clima de instabilidade no país com eleições primárias que ocorrem no início de 2015.
O jornal Haaretz criticou a proposta, alegando que a lei “colocaria os cidadãos árabes do Estado numa posição inferior ao estatuto dos judeus”. Já o presidente do conservador Instituto Herzl, Yoram Hazoni, comemorou: “A lei é muito necessária neste momento, pois além de assegurar a viabilidade a longo prazo de Israel, também será percursora de uma futura solução para a ampla crise de legitimidade que mina todo o sistema de Estados no Médio Oriente”.
As organizações árabes de Israel protestaram, pois acreditam que poderá ocorrer “a institucionalização do racismo, que é uma realidade nas ruas”. Elas temem que os palestinos, que hoje não possuem oficialmente a cidadania israelense perderão seus benefícios sociais.
Há o temor que essa decisão piore a relação entre os israelitas e a comunidade muçulmanas, especialmente após a onda de violência que se abateu sobre Jerusalém nos últimos meses. Alguns analistas acreditam que pode acelerar o início de uma nova Intifada (revolta palestina), que vem sendo anunciada por grupos radicais.
Os conflitos recentes iniciaram por causa da disputa sobre a permissão dos judeus oraram no Monte do Templo. No início da semana passada, dois palestinos atacaram uma sinagoga em Jerusalém e mataram 4 rabinos e um policial.

Gospel Prime via ocorreiodeDeus

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